Cesar Camargo Mariano: transversal do tempo

Marcelo Pinheiro
10 min readSep 21, 2023

Em reportagem publicada no lançamento da autobiografia do artista, editada em 2011, um papo sério que passa a limpo mais de cinco décadas de uma história singular, revestida de conversas que vão muito além de Elis

Elis Regina e Cesar Camargo Mariano em foto de 1977, não creditada.

por Marcelo Pinheiro (setembro de 2011*)

Um parto tumultuado em plena Praça da Sé. Um ambiente familiar impregnado de música. Um piano amarelo e um infarto. A paixão ortodoxa pelo jazz e a “tutela” artística de Johnny Alf. O samba-jazz elegante do Sambalanço Trio e as intermináveis jams na boêmia da Praça Roosevelt e do Beco das Garrafas. Conselhos de Eumir Deodato e a superação dos vícios de autodidata para se tornar arranjador. A “pilantragem” do Som Três e de Wilson Simonal. O fascínio por Elis Regina e os tumultuados dias de produção de Elis & Tom em Los Angeles. Um encontro emocionado com Herbie Hancock e o refúgio na música instrumental.

Esses e outros flagrantes de momentos áureos saltam aos olhos na deliciosa leitura das memórias do pianista Cesar Camargo Mariano. Compiladas em um catatau de quase 500 páginas, publicado pela Leya, Solo — Memórias de Cesar Camargo Mariano é a cereja do bolo que celebra os 50 anos da carreira profissional do músico que vive em New Jersey desde 1994, e volta ao País em setembro para uma série de shows em São Paulo e no Rio de Janeiro. Amantes da melhor música produzida…

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